Nhac! Lá se vai outra mordida!
Chegar
à escolinha de seu filho e receber a notícia de que ele mordeu o coleguinha é
muito constrangedor, além do que fica difícil encarar os pais da criança que
foi vítima da agressão. O oposto também nos causa indignação, já que ao
deixarmos nossos pequenos na escola esperamos que recebam todo cuidado e
atenção.
Mas por que as
crianças mordem?
Até
por volta dos três anos de idade os pequenos ainda não desenvolveram
completamente a fala. Tal dificuldade em se comunicar oralmente, expressando
integralmente seus desejos e necessidades, poderá ocasionar em mordidas.
Ao
morder um coleguinha a criança expressa frustração ou até um desejo
contrariado. Ela disputa pelo brinquedo, pelo espaço ou até mesmo pela atenção
do adulto.
Nessa
fase ela ainda é muito egocêntrica, ou seja, centrada em si, em seus desejos e
incapaz de se colocar no lugar do outro.
As
crianças também não sabem as regras sociais e de boa convivência, como não se
colocam no lugar do outro também não conseguem saber das causas e consequências
de suas atitudes.
Mas o que fazer
então? Devo encarar isso como normal e seguir em frente?
Não,
é possível ajudar seu filhote a superar essa fase. A criança morde, mas logo
observa o que acontece em seu redor. Se ele conseguir o que deseja depois da
mordida, logo repetirá a ação.
Não
supervalorize a mordida, atenda a criança que foi agredida e só depois converse
com o agressor sobre seu comportamento.
É
importante manter a calma, evite acessos de raiva na frente da criança,
lembre-se que ela não sabe controlar seus impulsos e necessita imitar você para
aprender.
Não
espere a situação se repetir para agir. Mostre a ele que ficou contrariada com
seu comportamento e tire-o da situação. Se ele estiver brincando afaste-o da
brincadeira repreendendo-o pela mordida.
Repita
a bronca e afaste-o sempre que tornar a morder até que perceba as consequências
de seus atos.
Espere
seu filho se acalmar e converse com ele, sobre o que o fez ficar bravo e morder
o colega e explique a ele outras maneiras de agir.
Nunca
morda o seu filho de volta, acompanhe os desenhos e programas de TV que seu filho
assiste, não o exponha à violência, isso poderá acentuar a sua agressividade.
Também nunca ensine a criança a revidar a mordida.
Fique
atenta ao comportamento do filhote, apesar de “mordidas” fazerem parte do
desenvolvimento infantil, em casos acentuados podem indicar problemas
emocionais como insatisfação, ansiedade, sentimentos de rejeição e
agressividade. Nesse caso uma boa conversa com o pediatra ou um psicólogo irá ajudar
na resolução do problema.
E quanto à escola?
Quanto
à escola, é importante uma boa conversa com a equipe gestora para avaliar as
condições desse ambiente questionando se o espaço físico e os brinquedos
disponíveis são suficientes para todas as crianças.
Se a
rotina é bem organizada respeitando as necessidades das crianças de atenção,
atividades, sono e alimentação evitando assim estresse e frustração.
Se
os adultos que cuidam das crianças possuem um bom vinculo afetivo e conseguem
dar a atenção necessária a cada um dos pimpolhos.
Em
casa ou na escola é importante lembrar que a criança está aprendendo a
interagir, dividir a atenção, a se relacionar com o mundo a seu redor, ela
necessita da intervenção do adulto para aprender e o imitará o tempo todo, para
tanto, precisa de limites e de bons modelos de comportamento, é papel do adulto
ajudá-la a usar a linguagem para se comunicar e alcançar seus objetivos.